A ansiedade é uma reação de defesa comum que o indivíduo apresenta quando está exposto a uma situação ameaçadora, caracterizando um mal físico e psíquico, aflição e agonia, fazendo parte do mecanismo fisiológico do ser humano em resposta ao estresse. Pode-se dizer que o transtorno de ansiedade é um estado de medo, preocupação ou pânico que não condiz com a realidade do momento, o que pode enfraquecer as habilidades funcionais da criança, impossibilitando a realização das suas atividades de maneira adequada.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional e informações da Organização Mundial de Saúde (OMS), pesquisas realizadas nos últimos anos apresentaram que 10% da população brasileira sofre de algum tipo de ansiedade, colocando o Brasil no topo da lista dos países com população mais ansiosa. Estudos indicaram uma prevalência de 4,6% em crianças e 5,8% entre os adolescentes.
A etiologia da ansiedade está relacionada a diversos fatores: disfunção nas partes do sistema límbico e do hipocampo que regulam as emoções e a resposta ao medo; hereditariedade; e a probabilidade de influência no ambiente social e familiar.
Não se pode exagerar ao ponto de "enxergar problemas", quando, na verdade eles não existem, até porque, certo grau de ansiedade é natural no desenvolvimento infantil. A maioria das crianças demonstra medo quando estão longe da mãe, ou fora do ambiente familiar. Crianças entre 3 e 4 anos costumam apresentar medo do escuro, de monstros, aranhas entre outros. As mais tímidas reagem de forma negativa ao afastamento, e no que se refere às crianças maiores, podem sentir medo de agressão ou de morte.
Por vezes, adolescentes ficam ansiosos quando precisam expor e entregar um trabalho. Tais comportamentos não devem ser confundidos com distúrbios, o que precisa ser observado, é se esse comportamento está se apresentando de forma exagerada, a ponto de prejudicá-lo significativamente.
Crianças pequenas ainda não desenvolveram maturidade para identificar pensamentos ansiosos e emoções como:
Medo excessivo de errar;
Sentimento de rejeição;
Preocupa-se muito com o futuro;
Dificuldade em lidar com as suas frustrações, emoções de medo e raiva;
Medo de ser abandonado;
Medo de ser exposto e ridicularizado;
Imagina que será atacado;
Pensa de forma exagerada, que o mundo é um lugar perigoso;
Pensa que irá perder seus pais.
Crianças muito ansiosas normalmente sentem uma maior dependência de seus pais, muito mais que outras, buscam segurança, ou pedem aos pais coisas desnecessárias (reforço que a ansiedade é uma emoção natural, essencial para a sobrevivência).
Batimento cardíaco acelerado;
Boca seca;
Sudoreses;
Tremores;
Desmaios;
Dores no abdômen, músculos, costas e/ou cabeça;
Fadiga e/ou insônia.
Pais ansiosos tendem a ter filhos ansiosos, mesmo uma criança calma pode apresentar comportamentos de ansiedade pela influência de seus pais. Já os adolescentes atravessam fases marcadas pela intensidade das mudanças e sentimentos, devido à demanda de escolhas pessoais e sociais que por vezes geram medo e insegurança.
O autor Robert L. Leahy diz que "a ansiedade é uma doença do mundo moderno, sendo um paradoxo na sociedade atual". Ao longo dos últimos séculos, os laços afetivos passaram por uma certa instabilidade, e atualmente, o divórcio tornou-se mais comum, as famílias, mais dispersas, e cada vez mais as pessoas se isolam e evitam o relacionamento.
Compartilho a seguir, dicas de como os pais podem ajudar os seus filhos efetivamente:
Não pule para uma solução – ouça atentamente, tente entender o que a criança está sentindo, para descobrir as razões por trás do medo apresentado;
Faça perguntas para ajudá-la a perceber que suas preocupações podem não ser reais;
Faça um planejamento para testar os medos da criança de forma gradual, criando processos para que a criança possa superá-los;
Elogie seus avanços para auxiliar no desenvolvimento da autoconfiança;
A leitura pode ajudar a desenvolver o hábito da reflexão;
Exercícios para a consciência da respiração costumam ajudar: inspiração bem devagar até a barriga expandir – Contar até 4 – Depois expirar pelo nariz contando até 6 – Projetando os pensamentos nos movimentos, o corpo irá relaxar evitando uma possível crise.
De acordo com o manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (DSM-IV – TR principais critérios diagnósticos: transtorno de ansiedade generalizada (TAG), fobia específica (FE), transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), transtorno de ansiedade de separação (TAS), transtorno de pânico (TP), fobia social (FS), transtorno obsessivo compulsivo (TOC), em relação ao adolescente os mais comuns a serem apresentados são: TAG, TAS e FE.
O diagnóstico é clínico, confirmado através da história pregressa do paciente, no entanto, havendo sintomas físicos, em alguns casos exames adicionais são solicitados para uma maior clareza na conclusão do diagnóstico.
Quanto ao tratamento, em casos leves a terapia é suficiente, já em quadros graves, o tratamento medicamentoso poderá ser prescrito pelo médico.
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