O TDAH (CID F90) é um transtorno neurobiológico caracterizado pela combinação de desatenção, hiperatividade (inquietude motora) e impulsividade. Estudos apontam a predisposição genética e a ocorrência de alterações nos neurotransmissores (dopamina e noradrenalina) que estabelecem as conexões entre os neurônios na região frontal do cérebro como as principais causas do transtorno do déficit de atenção.
Os sintomas aparecem na infância, e na maioria dos indivíduos, os acompanham por toda a vida. De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção estima-se que 5% dos adultos tenham TDAH. A prevalência do transtorno gira em torno de 3 a 5% da população infantil no Brasil entre outros países, onde há pesquisas já realizadas. O Transtorno de Déficit de Atenção não é uma doença, mas sim uma condição. Portanto, não existe uma cura para solucioná-lo, mas sim tratamentos que ajudarão a criança a conviver e lidar com o transtorno até a fase adulta, conquistando uma melhor qualidade de vida.
Desatenção;
Hiperatividade com ou sem impulsividade.
Podem se manifestar na primeira infância, porém os sintomas podem ficar mais evidentes na transição da educação infantil para o ensino fundamental, onde durante a aula existe a necessidade da sustentação do foco, o que é difícil para a pessoa nesta condição. Ela dificilmente consegue responder as questões, sendo que na maioria dos casos não termina a leitura e também não consegue ficar parada.
Não consegue manter a atenção ou focar em detalhes, comete erros por descuidos nas atividades escolares, trabalhos ou provas;
Tem dificuldade em manter-se atento às tarefas ou atividades lúdicas;
Por vezes não percebe quando alguém lhe dirige a palavra;
Sente dificuldade em seguir instruções, completar os deveres escolares, assim como tarefas em casa;
Dificuldade de organização;
Evita o esforço mental prolongado;
Perde objetos pessoais com frequência;
Se distrai com facilidade frente aos estímulos externos;
Se esquece das atividades cotidianas.
Agitação incontrolável - característica principal da atividade motora excessiva, sendo a impulsividade como parte de comportamentos impensados e repetitivos, tendo reações precipitadas:
Se mexe o tempo todo, batuca com mãos e pés, ou se contorce na cadeira;
Levanta muitas vezes durante a aula, ou em outras situações aonde se espera que permaneça sentado;
Corre muito ou sobe em lugares de risco gerando situações inapropriadas;
Tem dificuldade de brincar ou se envolver em atividades do lazer de maneira calma e tranquila;
Não se sente confortável em ficar parado por muito tempo nos lugares que frequenta;
Na maioria dos casos, costuma falar excessivamente.
Não consegue aguardar o tempo e lugar de fala, normalmente responde à uma pergunta antes mesmo que ela seja terminada, ou tenta completar a frase do outro;
Tem dificuldade em esperar a vez;
Interrompe ou se intromete nas conversas, tenta assumir o controle do que os outros estão fazendo, ou pega objetos dos outros sem pedir.
É necessário que tais sintomas se apresentem em um alto grau, de forma a comprometer a qualidade de vida, socialização e desenvolvimento nas mais diversas áreas da vida do indivíduo, já por um longo período de tempo;
Apresentar um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade (com ou sem impulsividade) que interfira no funcionamento e no desenvolvimento da criança.
O diagnóstico deve ser realizado por um dos profissionais habilitados (psiquiatra ou neurologista) médicos especialistas no transtorno, podendo contar com a avaliação neuropsicológica para auxiliar na conclusão diagnóstica e tratamento precoce. Não há exames específicos, sendo o diagnóstico inteiramente clínico.
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Quanto mais precoce o diagnóstico e tratamento, mais saudável e produtiva será a vida da criança. Para crianças e adolescentes TDAH é indicado o tratamento com equipe multidisciplinar. A intervenção ocorre com a expertise dos profissionais de diversas áreas, como médicos, psicólogos e psicopedagogos. Em alguns casos, pode existir a necessidade do tratamento medicamentoso, além das terapias psicológicas e reforço escolar.
Conviver e saber lidar com essa criança pode ser um desafio. Durante o tratamento, é importante que sejam tomadas algumas medidas necessárias, a fim de facilitar a convivência para o bem-estar da criança e sua família, confira a seguir algumas dicas:
Estabelecer limites e regras;
Ser paciente, demonstrar afeição e amor;
Fazer elogios, incentivar e cumprimentar a criança sempre que ela conseguir completar uma tarefa ou atividade;
Quando precisar repreender, tome cuidado com a forma, o excesso de críticas prejudica a autoestima da criança;
Procure ter mais tempo de qualidade em família.
Espero que eu tenha ajudado, continue a acompanhar o nosso blog! Estamos sempre trazendo conteúdos relevantes a fim de auxiliar os pais no cuidado, desenvolvimento e dificuldades de seus filhos.
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