Chamado tecnicamente de Transtorno do Espectro do Autista (TEA), o termo é utilizado pela abrangência do comprometimento que a criança pode apresentar.
Apesar de ser uma condição encontrada já há muito tempo na sociedade, apenas em 1993 a síndrome foi integrada à Classificação Internacional de Doenças da OMS (Organização Mundial da Saúde). De acordo com o "Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5", o indivíduo dentro desse espectro possui dificuldades na comunicação (linguagens verbais e não verbais) e interação social (que é padrão de todo espectro autista), apresenta comportamentos repetitivos, por exemplo, nos movimentos motores, uso de objetos de maneira estereotipada (como girar objetos), possui interesse excessivo por luzes ou tem sensibilidade aos estímulos sensoriais (sons).
Não consegue manter contato visual;
Tem dificuldade para expressar seus sentimentos e estabelecer vínculos afetivos de amizade;
Utiliza palavras repetidas (fenômeno chamado de ecolalia) sem estabelecer um diálogo;
Aparente indiferença a dor (por vezes tenta se machucar);
Dificuldade em aceitar as mudanças na rotina, intransigente nos pensamentos.
Os sintomas do autismo normalmente são percebidos pelos pais por volta dos 3 anos da criança. O diagnóstico é considerado (pelos especialistas) muito complexo, digo, o autismo é considerado uma condição, e não há cura.
As crianças autistas, de forma geral, apresentam esses distúrbios, no entanto, cada criança pode ser acometida por diferentes níveis em sua intensidade, o que acarretará situações variadas em suas características, sendo particular para cada um.
O "TEA" é um transtorno do desenvolvimento neurológico. Estudos científicos (realizados pela Centers for Disease Control na Prevention (CDC – Centro de Doenças e Prevenção do Governo Americano) – EUA) apontam que a causa do autismo, em sua maioria, está relacionada a questões genéticas (97% a 99%,), sendo 81% hereditário, 1% a 3% de atribuídos a influências ambientais, entre outros fatores (em discussões sobre idade avançada do pai e uso de ácido valproico durante a gestação).
A CDC (Center of Deseases Control and Prevention) relata que, a cada 110 pessoas 1 é autista, indicando que no Brasil, por exemplo, é possível que 2 milhões de pessoas tenham algum grau de autismo, porém, não existem estudos específicos sobre quantidade exata de autistas em nosso país, em breve teremos mais informações.
Muitas crianças vivem nesta condição, mas, não apresentam os sintomas mais comuns, o que dificulta o diagnóstico.
Em 2013, com o lançamento do novo Manual Diagnóstico e Estatístico de Distúrbios Mentais da Associação Americana de Psiquiatria, o DSM-5, o autismo mudou sua classificação, atualmente está descrito em três níveis:
Nível 1 considerado autismo de grau leve (TEA leve). Necessidade de pouco apoio, pode apresentar dificuldades para se comunicar, mas não é um fator limitante para se relacionar, dificuldade para se organização e fazer planejamentos, o que pode afetar sua autonomia, embora tenham características dos espectros, precisam muito pouco de tratamento para serem funcionais;
Nível 2 (TEA moderado). A criança necessita de ajuda de frequente, pois, possui dificuldade acentuada na comunicação, prejuízo significativo na interação social, dificuldade na mudança de rotinas e, o diálogo geralmente é restrito;
Nível 3 (TEA severo). A criança demanda muita ajuda e atenção, prejuízo severo na comunicação (verbal e não-verbal), grande dificuldade de socialização, comportamentos repetitivos e restritos são mais intensos, muito estresse com as mudanças das atividades;
Em geral, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode ser definido de acordo com a necessidade de ajuda ou mesmo dependência que a criança (ou adulto) tenha para realizar suas atividades diárias, podendo ser autismo leve, moderado (médio) ou severo.
No Brasil, para a realização do diagnóstico de autismo, normalmente é utilizado o DSM-5 e também o CID (classificação Internacional de Doenças). O primeiro, agrupou todos os tipos de autismo na mesma classificação – Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), determinado por um conjunto de aspectos e critérios no, qual descrevem os sintomas, sendo que, a intensidade e severidade podem influenciar no desenvolvimento da criança, salientando Síndrome de Asperger de acordo com DSM-5 está dentro do Nível 1 considerado autista de grau leve (TEA leve).
Segundo especialistas, mais de 70% das crianças com autismo podem apresentar também retardo mental, o que acaba impactando a vida da criança significativamente, sendo ela nível 2 e/ou 3 do espectro (TEA). Segundo o CID (classificação Internacional de Doenças), suas categorias são: autismo atípico; síndrome de Rett; síndrome de Asperger; transtorno desintegrativo da infância; transtorno geral do desenvolvimento não especificado.
O Diagnóstico é realizado de forma clínica, ou seja, através da observação do comportamento da criança, entrevista com os pais ou pessoas responsáveis e, em alguns casos, relatório da avaliação escolar.
É possível que o diagnóstico só seja possível no início das atividades escolares (fase em que a criança começa a apresentar problemas para se socializar-se e fazer amizades), ou mesmo na adolescência. Nos níveis mais leves do autismo, muitas vezes, o diagnóstico pode ocorrer apenas na vida adulta, onde o próprio indivíduo sente alguns sintomas e procura ajuda.
Não existe cura para o autismo, mas, com o tratamento é possível melhorar a qualidade de vida da criança, de forma geral, é realizado através de equipe multidisciplinar (médicos especialistas, fonoaudiólogos e psicólogos) para que a criança possa desenvolver suas habilidades sociais mais adequadamente.
Segundo estudo publicado pela revista científica "American Journal od Human Genetics” em 2014, indicou que homens tem quatro vezes mais chances de ter autismo em comparação com as mulheres, reforçando o que se encontra na prática, a prevalência do autismo em meninos. Pesquisadores acreditam que níveis elevados de testosteronas podem colocar um feto em risco de autismo (isso tudo ainda é discussão entre os cientistas).
Quanto mais cedo a criança for diagnosticada, maior será a possibilidade de seu desenvolvimento, podendo através das terapias comportamentais, apoio educacional direcionado e suporte da família para que os sintomas sejam minimizados e, assim, o tratamento possa favorecer o processo de aprendizagem, no entanto, o custo do tratamento (para muitos pais) é alto, e as condições disponíveis na rede pública nem sempre são suficientes para atender a demanda, o que acaba retardando o tratamento e comprometendo o desenvolvimento de inúmeras crianças.
Ficou com alguma dúvida? Deixa pra gente aqui nos comentários.
Este site usa cookies para garantir que você obtenha a melhor experiência em nosso site. Saiba Mais